quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Serras de Santa Catarina

Rio do Rastro , região do paraíso em estradas para o motocicista. 



Vista do mirante da Serra do Rio do Rastro





Data marcada , eu e meu amigo Fabio Mangolini tiramos uma semana de outubro para visitar a Serra do Rio do Rastro. Fica em Santa Catarina e liga a cidade de Lauro Muller a Bom Jardim da Serra. A estrada de serra é conhecida por estar entre as 20 mais bonitas do mundo. Para o motociclista brasileiro uma estrada fundamental no turismo em duas rodas.

Porthal rastro da serpente
Partimos de Itú evitando a saída congestionada de São Paulo mas com segundas intenções, pois iríamos conhecer também outras estradas de serra muito conhecidas. O primeiro destino foi Capão Bonito. Visitamos o Porthal Rastro da Serpente (www.porthalrastrodaserpente.com.br/) um bar temático para motociclistas na cidade. Fomos recebidos pelos Sr.Artur que gentilmente abriu o local para conhecermos. Fica aberto de sexta a domingo e ainda era segunda-feira. Lá conquistamos nosso patch com o símbolo da Serra do Rastro da Serpente. Partimos dali em direção a Curitiba e fizemos mais de 800 curvas em uma estrada recém reformada percorrendo quase 500 km. Definitivamente uma estrada em que se gasta as laterais do pneu pelas seguidas e intensas curvas proporcionadas. Não demonstra um grande visual pela ausência de mirantes naturais mas é ótima para quem curte curvas. A paisagem é diversificada e passamos por várias cidades sem grandes transtornos. No município de Apiaí, almoçamos no restaurante Tuks, boa dica do posto de turismo local. Depois do almoço, a alegria de estar inclinando a moto vai sendo trocada por um teste de resistência física pois é uma viagem demorada. Fizemos em 5 horas no total, assim como nos disseram em Capão Bonito. O encanto só estava começando, quero dizer, a viajem.

Apiaí, Centro de informações turísticas
 


 Chegamos em Curitiba e nos abrigamos no hotel pois a chuva estava para começar . A idéia era passar pela serra da Graciosa mas como havia muita chuva na região seguimos dia seguinte sem pressa direto para a cidade de Urubici. Cidade próxima a Bom Jardim da Serra .

 Fizemos, neste segundo dia, a rodovia 101. Apesar do nevoeiro e trechos de chuva fizemos com tranquilidade até Palhoça - SC ( logo depois de Florianópolis). Ali desviamos para a Rodovia 282 que nos levou quase até Urubici. Algumas pausas para fotos e a mudança de paisagens se fazia convidativa. Em uma destas saidinhas da estrada para fotos tive um pequeno acidente com a nova moto escorreguei em uma descida de cascalho e lá se foi meu manete e pisca. Felizmente foi mais susto do que dano. Seguimos para almoçar na estrada antes de Urubici em um posto de estrada chamado Janaina II . Não posso deixar de registrar que o lanche estava ótimo e a hospitalidade do estado já começava. Me ajudaram com suprimentos para remendar o pisca e seguir viagem mais tranquilo.

Serra do Corvo Branco

Chegamos em Urubici ainda de dia e achamos um hotel com calefação para ficar na avenida principal da cidade.O Urubici Park Hotel. Urubici tem apenas 1 semáforo e com temporizador! A cidade possui casinhas bem cuidadas todas com florzinhas e grama bem aparada. O capricho dos moradores é também evidenciado na população rural que usa muito as casas de madeira pintadas com cores sintilantes e janelas de borda escura da mesma cor da casa. Tudo em um visual bucólico junto com as características Araucárias presente em todas as direções. Estradas bem sinalizadas e certo "déja vu" europeu. As motos pareciam ser os únicos veículos na cidade. Era apenas uma impressão porque até trator rodava por ali. A sensação de liberdade que as duas rodas nos davam fazia mais sentido naquela cidade.
 Conhecemos no mesmo dia a igreja mais proeminente da cidade pela arquitetura majestosa e vitrais retratando a sua origem templária. Meu colega Fabio conseguiu comprar outra capa de chuva que havia sido avariada na viagem e obtivemos informações turísticas por todos os lados. A começar do hotel que deixava ligado na internet câmeras ao vivo de pontos turísticos. A cidade é pequena mas atende bem o turismo local pelo suporte e pelas opções de passeios.

Serra do Corvo Branco

Logo cedo iniciamos pela Serra do Corvo Branco . Ou pelo menos fomos ao seu auge. Na garganta que fica no cume da estrada de terra. Um lugar asfaltado onde a montanha de pedra foi aberta para passar uma estrada , segundo informações do pessoal do hotel, iniciada na mão com talhadeira. A formação rochosa de 160 milhões de anos esta sob o aquífero Guarani . Além da altitude do local, a garganta tem mais de 90 metros de altura e canaliza um vento intenso . Tivemos muito cuidado com as capas de câmera e qualquer outro objeto leve pois ali o vento leva mesmo. Como a montanha de rocha foi partida ao meio para passar a estrada, um lado dela brota água constantemente que puxa do reservatório, antes guardado pelo isolamento de água da pedra basalto. Como primeiro passeio de Urubici foi emocionante. A sensação na chegada é contagiante junto ao vento forte é de tirar o fôlego em todos os sentidos. A estrada segue até o litoral em trechos de terra e muitos passam por ali de carro. É o caminho mais curto até a cidade de Tubarão. Quem nos cercava eram bovinos curiosos que subiram para nos vigiar ou bisbilhotar. A serra é chamada de Corvo Branco por conta do urubu rei de plumagem branca erroneamente chamado de corvo.  

Saindo  do Corvo Branco seguimos para o Morro da igreja . Uma hora antes visualizamos as câmeras ao vivo pela internet e havia bom  tempo. Subimos os 1000 metros e nos deparamos com a situação de nevoeiro intenso com dificuldade de enxergar as motos na pista. Como nos foi avisado , tudo muda muito rápido pela altitude. Coloquei a capa porque  me senti dentro da nuvem de chuva . O vento é tão intenso e  que até as motos estacionadas balançavam ao ponto de dar medo de tombar.  Não conseguimos ver a pedra furada , nem o visual daquela altitude. Nem mesmo as torres do SINDACTA da Aeronáutica se avistava. Mesmo tão próximo dentro da área militar da Aeronáutica. A antena lá colocada foi especial para o local , pois a primeira saiu voando , a segunda muito bem chumbada entortou e até que buscaram tecnologia francesa para algo que não abaulasse com o vento. Fiquei na curiosidade de ver a tal antena. A nossa aventura foi sem visual mas com emoção pelas rajadas de vento daquela altitude e a sensação ambígua de paraíso perigoso.

Voltamos a Urubici e antes de irmos a outros passeios reparamos pela camera da internet a Serra do Rio do rastro com tempo limpo. Adiantamos nosso cronograma e partimos para Bom Jardim da Serra. Aliás uma viagem de 60 km muito proveitosa . No caminho visitamos o mirante da cidade de Urubici, as inscrições rupestres que ficam a beira da estrada e ainda a Cascata do Avencal. Uma imagem paradisíaca estilo ilha da fantasia. Foi um deleite em duas rodas . Paisagens , céu azul e pasto verde. Tudo nos pareceu muito bonito e preparado para nossa chegada. Em Bom Jardim da Serra , fomos direto para o Mirante do Rio do Rastro.

A chegada em Bom Jardim , bem próximo ao mirante é possível avistar as helices de captação de energia heólica. São alguns imensos "ventiladores" que giram com a ajuda do vento  e participam da paisagem como se fosse elegantes moinhos modernos. 
O Mirante da Serra do Rio do Rastro tem uma estrutura própria. Lojas e lanchonete , inclusive adega de vinhos produzidos naquela altitude , 1450 metros. Ao chegar fomos recebidos por outros motociclistas e trocamos informações de rotas. O visual é mais do que se espera das fotografias podendo acompanhar o trânsito de caminhões e carros pela serra que não é pouco. A cada curva de 180 graus a prioridade deve ser dada aos veículos de maior comprimento pois ele invade a outra pista. As confusões de carros desavisados atrapalhando as curvas de caminhões, é possível ouvir as buzinas e roncos lá de cima. A Serra tem esse nome pois um rio passa por baixo da estrada e descendo pode ser visto pequenas cascatas acompanhando a encosta e em alguns trechos a água invade a pista brotando das emendas da metade do asfalto. A estrada tem longo trecho que fica iluminado de noite. E a sua utilização é grande pois o asfalto é bom , só é uma estrada estreita. Pudemos observar descendo , de um lado a vista maravilhosa e deslumbrante do verde da mata , outra cachoeira do outro lado da serra. O início da descida é o mais impressionante pelas curvas e o declive. Por isso fizeram alguns mirantes para apreciação do visual. Algumas curvas as rochas tem marcas de caminhões que raspam a carroceria pois é impressionante a maneira como conseguem passar juntos pela pista de dupla mão. A necessidade de manobra pode acontecer. Para motos a única preocupação seria a água e o nevoeiro, quando ocorre. Lugar bonito e interessante. Além de ser turístico é muito útil para a região ligando a montanha ao litoral. 
Descemos e subimos a serra , paramos na lanchonete do mirante e esperamos a noitinha. As 20:00hs descemos novamente para entender aquela estrada tão famosa e a sua iluminação noturna. Posso dizer que é fácil . A dificuldade é encontra-la com nevoeiro. Coisa que parece ser normal para a região. Perigosa mesmo é quando ela congela na época do frio intenso. Isto , claro , deve ser evitada mesmo de quatro rodas. O tempo ajudou muito e tivemos visibilidade o dia todo em Bom Jardim. Seguimos de noite pelo Rio do Rastro quase que fugindo de uma tempestade que se aproximava. Ventos forte novamente tentavam nos impressionar naquele passeio noturno que seria nosso adeus à Serra.  Descemos até Lauro Muller e a tempestade se aproximava levantando poeira. Só conseguimos hotel melhor em Orleans. Chegamos junto com as trovoadas mas secos.

Serra do Rio do Rastro

No quarto dia seguimos com destino aos golfinhos da cidade de Laguna. Logo na ponta da praia de água parada. Chegamos com chuva fraca mas não nos impediu de ver a pesca da tainha junto com os golfinhos. Paramos as motos em frente e os pescadores jogavam redes aonde os chamados botos beliscavam a refeição. Uma visão de gaivotas e pescadores se orientando pelos botos na pesca da tainha. Avistávamos o farol que é um ponto turístico , indo de balsa e ao mesmo tempo avistávamos a mansietude dos botos . Coincidentemente encontramos com o pessoal que organiza o Laguna motofest conhecendo o local da festa de motos ano que vem. Será no estacionamento em frente a água parada onde estávamos. Até alguns cães nos recepcionaram. Exímios caçadores de siri como vimos no local. Estes mesmos cães que brincavam por ali com siris e gaivotas , perseguiam os carros também. E como uma última saudação ao ir embora, nos deixaram passar com as motos, sentados sem perseguição de rodas. Um lugar que nos impressionou pela facilidade de participar da natureza local. Seguimos viagem até Garopaba pois o dia passava.

Cães da praia em Laguna
Em Garopaba fomos até a Praia do Rosa , muito conhecida. Restaurantes e gente bonita. Estivemos um tempo no mirante do restaurante para ver Baleias mas o ideal é saber em que praias elas foram vista naquele dia. É possivel ter esta informação pelas redes sociais assim chegar cedo para procura-las que vem para a região para usar de maternidade.

No mesmo dia chegamos em Pomerode . Ali experimentamos a cerveja produzida na região , aproveitando  o visual Germânico. Na manhã seguinte seguimos para São Bento do Sul . Uma cidadezinha de altitude e muitos mirantes . Prejudicados pelo nevoeiro , pode ser necessário o bom tempo para curtir mais. Ali procurávamos a Serra dona Francisca . Conhecemos um restaurante de fogão a lenha típico e charmoso depois seguimos pela serra. Descemos com chuva mas gostamos muito. Suas curvas e o visual do mirante. A vegetação é intensa. A dica para quem quer conhecer sem alterar muito a sua rota é subir a serra até o mirante e descer. Indo para o Sul pela 101, antes de Joinville é possivel ver as placas de indicação.

Rumo a Eldorado. Partimos dali para São Paulo com destino a caverna do Diabo. Dormimos em Jacupiranga mas não tenho boas referências. A estrada para a cidade Eldorado é cheia de buracos , os hoteis da região não achamos nenhum bom e a comida também não nos impressionou. Sentíamos a diferença  ou a saudade de Santa Catarina. Visitamos a caverna do Diabo que é muito bem controlada pela visitação assistida por guias. A entrada custa R$20,00 e só aceitam dinheiro. A caverna esta toda iluminada por dentro e com construções de escadarias para facilitar o caminho. É imensa !  

Voltamos à São Paulo pela temida Serra do cafezal e mesmo congestionada , nossas motos foram úteis em contornar a situação.
Recomendo o passeio a Urubici , planejando ou não, é agradável pela atenção do catarinense ao turista e as belas paisagens que estimulam o motociclista a gostar cada vez mais das estradas !



Porthal Rastro da Serpente
Apiaí
Bom Retiro
Serra do Corvo Branco
São Bento do Sul
Igreja de Urubici



Serra do Corvo Branco
Cascata do Avencal


Portal de Urubici
Serra do Rio do Rastro
Igreja de Urubici na rua principal


Cascata do Avencal



Serra do Rio do Rastro
Serra do Rio do Rastro
Vista do Mirante da Serra do Rio do Rastro


Água parada em Laguna
Água parada em Laguna

Inscrições rupestres em Urubici
Serra do Rio do Rastro
Portal de Pomerode
Mirante Serra Dona Francisca
Caverna do Diabo





Tuks restaurante
R. Dr. Gabriel Ribeiro dos Santos, 493 - Jardim Zizi
Apiaí
(15) 3552-2568

Urubici Park Hotel
Av. Adolfo Konder, 2278

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Destino : Assunção no Paraguai

Asunción PY - Encontro de harlistas.
MATÉRIA PUBLICADA NA REVISTA MOTOADVENTURE N.155 - NOV/2013



Hotel Cassino Amambay


É comum motociclista exibir seus méritos de viagens feitas em locais diversos. Quando soube do passeio até Assunção no Paraguai, organizado pelo Harley Owners Group Chapter Campo Grande da concessionaria ROTA-67 no MS fiquei intrigado. Será que dá tempo de ir junto ? De uma semana para outra contactei a concessionária e recebi as instruções. Lembrei das orientações que li anteriormente na revista Motoadventure de um colega motociclista que foi sozinho àquele País. Sabia dos dramas em se aventurar em um País que não é o preferido dos brasileiros para passeio de moto. Uruguai, Chile Argentina sempre se ouve estórias de viagens e programas , mas Paraguai ?  Estava ai o desafio ! O receio é ser surpreendido por guardas atrás de propinas ou problemas nessa ordem de autoridade.
Recomendações do HOG: passaporte, RG com foto recente, Carteira de habilitação, documento do veículo  com nome do piloto, carta verde (seguro contra terceiros ) , permisso para entrar no País. De cara eu não tinha passaporte. Mas renovei o R.G. e fui. A carta verde é feito direto com a seguradora da moto.
Parti um dia antes pois iria encontrar o pessoal (cerca de vinte motos) na fronteira. Eles saíram de Campo Grande e eu sai de São Paulo. Foram 1200 km até Ponta Porã.
Sai de São Paulo de tarde , dormi em Pres. Epitácio e segui para o MS. Fui pela BR-267 me levou até Nova Alvorada do Sul , ao contrário do que me diziam , tinha postos suficientes para meu combustível. Nesta viagem eu me preparei e levei combustível extra. Daí fiquei mais corajoso com a autonomia. Nos últimos 100 km de estrada foram os mais difíceis para mim. Lutava contra o vento que ainda passava pelo motor e queimava minha perna esquerda. A paisagem era de grãos. Além de muitos Ipês amarelos na estrada. Fiz um caminho diferente de meus colegas que vieram por Maracaju e eu por Dourados no MS. Muita reforma nas estradas por lá. Mas é bem transitável.
 Me encontrei com a turma na quinta-feira na hora do almoço no Cassino Amambay hotel, que fica em Pedro Juan Cabalero. Chegamos juntos, debaixo de sol escaldante e ventos laterais que fizeram dirigir inclinado. Lá em Ponta Porã a divisa de País é extensa e ao atravessar a rua você sai e entra no País com facilidade.
 Check in, saímos em turma para almoçar na tal da Casa China. Um hipermercado de compras no Paraguai que tem uma ótima praça de alimentação. Dia quente de sol e todos curtiram muito as motos, inclusive com comprinhas de acessórios para motos .   Depois do almoço uma passada na imigração de Pedro Juan para tirar o permisso.

Uma folhinha emitida a mão demonstrando que está registrado no computador da imigração Paraguaia. É muito importânte relatar a saída do Paraguai ao sair do País , caso contrário em uma próxima vez será cobrada uma multa para entrar no País novamente. Aí vi vantagem em ter passaporte pois fica o seu comprovante de saída.
Existe uma loja especializada em acessórios para Harleys por lá. Ficava próximo ao hotel. Eles me ajudaram muito pois na sexta as 18 hs percebi que o parafuso do meu banco havia perdido. Foram eles que me arrumaram outro naquele horário.

Também passamos em loja de câmbio para arrumar guaranis,  pois alguns postos não aceitam cartão. Hotéis recebem dólar também. E assim a festa já começou na quinta , jantamos no hotel , comida muito boa e até fizemos uma visitinha ao cassino . Sexta cedo saída para Assunción.
O grupo recebeu de cortesia um guincho da Porto Seguro para acompanhar na viagem porém na saída, ainda não estava com a carta verde em mãos. Resultado foi mais tarde separado do grupo e teve problemas com a policia que "acharcou" uma propina do motorista. O grupo nesta hora é importante.
 Saímos em 20 motos e mais 3 carros. Foi uma viagem tranquila . Seguimos de Pedro Juan pela Ruta 5 até Ybi Yaú. Trecho de paisagens bucólicas com muito verde, asfalto muito bom e pecuária. Diversos Ypês , deste lado são roxos. Pela falta do sol e cronograma, não parei para fotos. Fica só para a memória do motociclista. Algumas casas de fazenda junto a currais de gado e muitas formações rochosas pelo lado esquerdo lembrando o velho oeste americano. Do lado direito da estrada, passamos pela entrada do Cerro Cora National Park. Visita para outra vez. No vilarejo de Yby Yaú notamos os primeiros sinais de urbanização. Saímos para a Ruta 3. Até ali passamos por muitos postos de polícia paraguaios. Até então éramos a atração, motos gigantes e barulhentas cumprimentando e acenando fardados paraguaios.  A Policia paraguaia compreende a Polícia Nacional, a Polícia Caminera ( como a nossa rodoviária) e a policia dos distritos.  Ao ser parados na rodovia tinhamos a instrução de não sair para o acostamento a não ser que fosse Policia nacional ou caminera, pois sendo a polícia local , no acostamento estaríamos sobre sua jurisdição do distrito . O medo de corruptos é maior. A cada parada para entregar documentos verificamos qual policia . Em uma delas o próprio policial avisou -"Policia Nacional, pode ir para o acostamento !", interessante observar que eles mesmo sabem disso. 
Na Ruta 3 seguimos por longo trecho até San Estanislao. Fizemos paradas já conhecidas por indicação e abasteciamos a cada 170 km em média. O suficiênte para minha autonomia. No grupo apena eu de Sportster e Délcio de Iron estávamos com uma emoção a mais . Será que chega ! Acontece que a gasolina del Paraguai foi agradável aos nossos motores. Você pode escolher a octanagem da gasolina , usei a 97 octanos e mesmo em velocidade acima dos 120 , tive médias de 20 km/l .O preço do combustível é parecido com o do Brasil. Já a qualidade é melhor.  Esta economia não aconteceu com minha moto na volta para casa do lado brasileiro. Evidente diferença.
Durante a Ruta 3 percorremos em comboio. Aliás muito bem conduzido pelo nosso Captain André. O asfalto vale salientar, é muito bom desenvolvendo uma boa velocidade. No Paraguai, muitas motos de baixa cilindrada frequentam as estradas e de costume andam livremente pelo acostamento . Diferente do Brasil , notei um hábito do motorista paraguaio de sair para acostamento. Parecia uma regra para dar passagem. Quando parávamos na rodovia pelo trânsito, as motos pequenas ultrapassavam o bonde de motos parado pelo acostamento em boa velocidade. No quesito imprudência , estávamos no Paraguai, nem capacete o pessoal de lá usava. 

Klein Motos em Assuncion

Mais próximo a Assunción chegamos junto com o frio. Fomos colocado a prova . Coloquei a capa de chuva para ajudar com o vento. Na chegada  passamos por um lugar sugestivo chamado Emboscada. Lembramos nos comentários que parecia arredores de São Paulo. Já na capital pedimos auxílio de um táxi que nos conduziu junto ao um trânsito de sexta em São Paulo até o hotel reservado, o Los Alpes de Santa Rosa. Hotel já havíamos reservado por email e junto a outros motociclistas frequentamos o salão do hotel no sábado  e domingo. Na reserva do hotel aparecia "grupo motoqueros".  Aproveitamos a estadia e saímos no sábado para motocar em Assunción mesmo com o frio e a garoa. Conhecemos a Harley Davidson , durante o dia. Almoçamos na loja de acessórios para Klein Motos e de noite visitamos o bar de harleiros RL 6. Conhecemos 2 churrascarias e fomos muito bem recebidos pelos amigos do Paraguai amantes de Harley Davidson. Conhecemos muitos brasileiros que moram no Paraguai há muitos anos e nos prestigiaram pela visita. Os Paraguaios se preparam para um encontro anual de harleys, próximo em maio de 2014, muito bem recomendado pelos harlistas brasileiros Xuxu e Glauco, grandes viajantes de Campo Grande que já foram ao evento outras vezes . Assistimos um filme dos anos passados e a animação e o envolvimento é grande.
 

Em nosso retorno, saimos de madrugada de Assunción debaixo de chuva e um frio de 6 C. Estávamos mais preparados pois compramos mais agasalhos e roupas de baixo. Utilizamos luvas impermeáveis de borracha por cima da luva de moto e muita vontade de rodar as estradas novamente. Existe o casaco air bag para motociclista, eu estava parecendo que usava um já inflado com tanta roupa de baixo. Na minha opinião , o frio pode escoar suas energias para viajar. Atenção e resistência são exauridas pelo abuso em resistir ao frio. Roupa apropriada representa a segurança do dia seguinte de viagem. 
Saída de Assuncion com Chuva
Na volta esticamos em velocidades maiores, talvez pela pressa ou pelo frio que congelava a ponta dos dedos. Me senti um alpinista passando frio nos dedos dormentes. Chovia pouco e o vento de tempestade nos empurrou um pouco. Foi uma experiência motociclistica diferenciada. Em tantos posto de polícia fomos parados mais um vez para exibir os permissos. Passamos na imigração de Pedro Juan para sair do País e mais uma paradinha na Casa China. O trecho do Brasil até Campo Grande fizemos em grande estilo e boas velocidades. Chegamos na Rota 67 já anoitecendo. Pernoitei em Campo Grande e parti para São Paulo no outro dia. Segui pela estrada de Três Lagoas sempre muito indicada. O trecho do MS próximo a divisa está uma lástima. Em obras e com muito buracos de atrasar a viagem. Não recomendo ! 
Percorri 3570 km entre SP, MS e PY. Foi mais uma alegria de viagem redobrada pelo pessoal do HOG de Campo Grande que mantiveram o espírito de equipe e companheirismo. Fiz dos colegas , amigos ! Uma turma excelente que merece outras tantas viagens , longas de preferência. Quem sabe em maio não voltamos às terras paraguaias para o grande encontro.

Proteção do frio quase um air bag
Migração Em Pedro Juan Cabalero
Posto na estrada del Paraguay
Parada da Policia Nacional Paraguaia



Mostrando o permisso a Policia
Pedágio para carros próximo a Assuncion



Ypê Amarelo do Brasil


Saída de Campo Grande para Três Lagoas


Rio Paraguai na divisa com a Argentina


Passeio no Shopping

Loja HD

Palácio do Governo

Lá esta a Argentina




RL 6 em Assuncion

 

Posto no Paraguay
Hotel Cassino Amambay


Loja El Camino em Pedro Juan Cabalero
Em Pedro Juan Cabalero


Primeiro posto ao chegar em Ponta Porã/Pedro Juan Cabalero - Inicio da divisa asfaltada






Panteon Nacional do Heróis