quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Destino : Assunção no Paraguai

Asunción PY - Encontro de harlistas.
MATÉRIA PUBLICADA NA REVISTA MOTOADVENTURE N.155 - NOV/2013



Hotel Cassino Amambay


É comum motociclista exibir seus méritos de viagens feitas em locais diversos. Quando soube do passeio até Assunção no Paraguai, organizado pelo Harley Owners Group Chapter Campo Grande da concessionaria ROTA-67 no MS fiquei intrigado. Será que dá tempo de ir junto ? De uma semana para outra contactei a concessionária e recebi as instruções. Lembrei das orientações que li anteriormente na revista Motoadventure de um colega motociclista que foi sozinho àquele País. Sabia dos dramas em se aventurar em um País que não é o preferido dos brasileiros para passeio de moto. Uruguai, Chile Argentina sempre se ouve estórias de viagens e programas , mas Paraguai ?  Estava ai o desafio ! O receio é ser surpreendido por guardas atrás de propinas ou problemas nessa ordem de autoridade.
Recomendações do HOG: passaporte, RG com foto recente, Carteira de habilitação, documento do veículo  com nome do piloto, carta verde (seguro contra terceiros ) , permisso para entrar no País. De cara eu não tinha passaporte. Mas renovei o R.G. e fui. A carta verde é feito direto com a seguradora da moto.
Parti um dia antes pois iria encontrar o pessoal (cerca de vinte motos) na fronteira. Eles saíram de Campo Grande e eu sai de São Paulo. Foram 1200 km até Ponta Porã.
Sai de São Paulo de tarde , dormi em Pres. Epitácio e segui para o MS. Fui pela BR-267 me levou até Nova Alvorada do Sul , ao contrário do que me diziam , tinha postos suficientes para meu combustível. Nesta viagem eu me preparei e levei combustível extra. Daí fiquei mais corajoso com a autonomia. Nos últimos 100 km de estrada foram os mais difíceis para mim. Lutava contra o vento que ainda passava pelo motor e queimava minha perna esquerda. A paisagem era de grãos. Além de muitos Ipês amarelos na estrada. Fiz um caminho diferente de meus colegas que vieram por Maracaju e eu por Dourados no MS. Muita reforma nas estradas por lá. Mas é bem transitável.
 Me encontrei com a turma na quinta-feira na hora do almoço no Cassino Amambay hotel, que fica em Pedro Juan Cabalero. Chegamos juntos, debaixo de sol escaldante e ventos laterais que fizeram dirigir inclinado. Lá em Ponta Porã a divisa de País é extensa e ao atravessar a rua você sai e entra no País com facilidade.
 Check in, saímos em turma para almoçar na tal da Casa China. Um hipermercado de compras no Paraguai que tem uma ótima praça de alimentação. Dia quente de sol e todos curtiram muito as motos, inclusive com comprinhas de acessórios para motos .   Depois do almoço uma passada na imigração de Pedro Juan para tirar o permisso.

Uma folhinha emitida a mão demonstrando que está registrado no computador da imigração Paraguaia. É muito importânte relatar a saída do Paraguai ao sair do País , caso contrário em uma próxima vez será cobrada uma multa para entrar no País novamente. Aí vi vantagem em ter passaporte pois fica o seu comprovante de saída.
Existe uma loja especializada em acessórios para Harleys por lá. Ficava próximo ao hotel. Eles me ajudaram muito pois na sexta as 18 hs percebi que o parafuso do meu banco havia perdido. Foram eles que me arrumaram outro naquele horário.

Também passamos em loja de câmbio para arrumar guaranis,  pois alguns postos não aceitam cartão. Hotéis recebem dólar também. E assim a festa já começou na quinta , jantamos no hotel , comida muito boa e até fizemos uma visitinha ao cassino . Sexta cedo saída para Assunción.
O grupo recebeu de cortesia um guincho da Porto Seguro para acompanhar na viagem porém na saída, ainda não estava com a carta verde em mãos. Resultado foi mais tarde separado do grupo e teve problemas com a policia que "acharcou" uma propina do motorista. O grupo nesta hora é importante.
 Saímos em 20 motos e mais 3 carros. Foi uma viagem tranquila . Seguimos de Pedro Juan pela Ruta 5 até Ybi Yaú. Trecho de paisagens bucólicas com muito verde, asfalto muito bom e pecuária. Diversos Ypês , deste lado são roxos. Pela falta do sol e cronograma, não parei para fotos. Fica só para a memória do motociclista. Algumas casas de fazenda junto a currais de gado e muitas formações rochosas pelo lado esquerdo lembrando o velho oeste americano. Do lado direito da estrada, passamos pela entrada do Cerro Cora National Park. Visita para outra vez. No vilarejo de Yby Yaú notamos os primeiros sinais de urbanização. Saímos para a Ruta 3. Até ali passamos por muitos postos de polícia paraguaios. Até então éramos a atração, motos gigantes e barulhentas cumprimentando e acenando fardados paraguaios.  A Policia paraguaia compreende a Polícia Nacional, a Polícia Caminera ( como a nossa rodoviária) e a policia dos distritos.  Ao ser parados na rodovia tinhamos a instrução de não sair para o acostamento a não ser que fosse Policia nacional ou caminera, pois sendo a polícia local , no acostamento estaríamos sobre sua jurisdição do distrito . O medo de corruptos é maior. A cada parada para entregar documentos verificamos qual policia . Em uma delas o próprio policial avisou -"Policia Nacional, pode ir para o acostamento !", interessante observar que eles mesmo sabem disso. 
Na Ruta 3 seguimos por longo trecho até San Estanislao. Fizemos paradas já conhecidas por indicação e abasteciamos a cada 170 km em média. O suficiênte para minha autonomia. No grupo apena eu de Sportster e Délcio de Iron estávamos com uma emoção a mais . Será que chega ! Acontece que a gasolina del Paraguai foi agradável aos nossos motores. Você pode escolher a octanagem da gasolina , usei a 97 octanos e mesmo em velocidade acima dos 120 , tive médias de 20 km/l .O preço do combustível é parecido com o do Brasil. Já a qualidade é melhor.  Esta economia não aconteceu com minha moto na volta para casa do lado brasileiro. Evidente diferença.
Durante a Ruta 3 percorremos em comboio. Aliás muito bem conduzido pelo nosso Captain André. O asfalto vale salientar, é muito bom desenvolvendo uma boa velocidade. No Paraguai, muitas motos de baixa cilindrada frequentam as estradas e de costume andam livremente pelo acostamento . Diferente do Brasil , notei um hábito do motorista paraguaio de sair para acostamento. Parecia uma regra para dar passagem. Quando parávamos na rodovia pelo trânsito, as motos pequenas ultrapassavam o bonde de motos parado pelo acostamento em boa velocidade. No quesito imprudência , estávamos no Paraguai, nem capacete o pessoal de lá usava. 

Klein Motos em Assuncion

Mais próximo a Assunción chegamos junto com o frio. Fomos colocado a prova . Coloquei a capa de chuva para ajudar com o vento. Na chegada  passamos por um lugar sugestivo chamado Emboscada. Lembramos nos comentários que parecia arredores de São Paulo. Já na capital pedimos auxílio de um táxi que nos conduziu junto ao um trânsito de sexta em São Paulo até o hotel reservado, o Los Alpes de Santa Rosa. Hotel já havíamos reservado por email e junto a outros motociclistas frequentamos o salão do hotel no sábado  e domingo. Na reserva do hotel aparecia "grupo motoqueros".  Aproveitamos a estadia e saímos no sábado para motocar em Assunción mesmo com o frio e a garoa. Conhecemos a Harley Davidson , durante o dia. Almoçamos na loja de acessórios para Klein Motos e de noite visitamos o bar de harleiros RL 6. Conhecemos 2 churrascarias e fomos muito bem recebidos pelos amigos do Paraguai amantes de Harley Davidson. Conhecemos muitos brasileiros que moram no Paraguai há muitos anos e nos prestigiaram pela visita. Os Paraguaios se preparam para um encontro anual de harleys, próximo em maio de 2014, muito bem recomendado pelos harlistas brasileiros Xuxu e Glauco, grandes viajantes de Campo Grande que já foram ao evento outras vezes . Assistimos um filme dos anos passados e a animação e o envolvimento é grande.
 

Em nosso retorno, saimos de madrugada de Assunción debaixo de chuva e um frio de 6 C. Estávamos mais preparados pois compramos mais agasalhos e roupas de baixo. Utilizamos luvas impermeáveis de borracha por cima da luva de moto e muita vontade de rodar as estradas novamente. Existe o casaco air bag para motociclista, eu estava parecendo que usava um já inflado com tanta roupa de baixo. Na minha opinião , o frio pode escoar suas energias para viajar. Atenção e resistência são exauridas pelo abuso em resistir ao frio. Roupa apropriada representa a segurança do dia seguinte de viagem. 
Saída de Assuncion com Chuva
Na volta esticamos em velocidades maiores, talvez pela pressa ou pelo frio que congelava a ponta dos dedos. Me senti um alpinista passando frio nos dedos dormentes. Chovia pouco e o vento de tempestade nos empurrou um pouco. Foi uma experiência motociclistica diferenciada. Em tantos posto de polícia fomos parados mais um vez para exibir os permissos. Passamos na imigração de Pedro Juan para sair do País e mais uma paradinha na Casa China. O trecho do Brasil até Campo Grande fizemos em grande estilo e boas velocidades. Chegamos na Rota 67 já anoitecendo. Pernoitei em Campo Grande e parti para São Paulo no outro dia. Segui pela estrada de Três Lagoas sempre muito indicada. O trecho do MS próximo a divisa está uma lástima. Em obras e com muito buracos de atrasar a viagem. Não recomendo ! 
Percorri 3570 km entre SP, MS e PY. Foi mais uma alegria de viagem redobrada pelo pessoal do HOG de Campo Grande que mantiveram o espírito de equipe e companheirismo. Fiz dos colegas , amigos ! Uma turma excelente que merece outras tantas viagens , longas de preferência. Quem sabe em maio não voltamos às terras paraguaias para o grande encontro.

Proteção do frio quase um air bag
Migração Em Pedro Juan Cabalero
Posto na estrada del Paraguay
Parada da Policia Nacional Paraguaia



Mostrando o permisso a Policia
Pedágio para carros próximo a Assuncion



Ypê Amarelo do Brasil


Saída de Campo Grande para Três Lagoas


Rio Paraguai na divisa com a Argentina


Passeio no Shopping

Loja HD

Palácio do Governo

Lá esta a Argentina




RL 6 em Assuncion

 

Posto no Paraguay
Hotel Cassino Amambay


Loja El Camino em Pedro Juan Cabalero
Em Pedro Juan Cabalero


Primeiro posto ao chegar em Ponta Porã/Pedro Juan Cabalero - Inicio da divisa asfaltada






Panteon Nacional do Heróis

 








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