Rio do Rastro , região do paraíso em estradas para o motocicista.
|
Vista do mirante da Serra do Rio do Rastro |
Data marcada , eu e meu amigo Fabio Mangolini tiramos uma semana de outubro para visitar a Serra do Rio do Rastro. Fica em Santa Catarina e liga a cidade de Lauro Muller a Bom Jardim da Serra. A estrada de serra é conhecida por estar entre as 20 mais bonitas do mundo. Para o motociclista brasileiro uma estrada fundamental no turismo em duas rodas.
Chegamos em Curitiba e nos abrigamos no hotel pois a chuva estava para começar . A idéia era passar pela serra da Graciosa mas como havia muita chuva na região seguimos dia seguinte sem pressa direto para a cidade de Urubici. Cidade próxima a Bom Jardim da Serra .
Fizemos, neste segundo dia, a rodovia 101. Apesar do nevoeiro e trechos de chuva fizemos com tranquilidade até Palhoça - SC ( logo depois de Florianópolis). Ali desviamos para a Rodovia 282 que nos levou quase até Urubici. Algumas pausas para fotos e a mudança de paisagens se fazia convidativa. Em uma destas saidinhas da estrada para fotos tive um pequeno acidente com a nova moto escorreguei em uma descida de cascalho e lá se foi meu manete e pisca. Felizmente foi mais susto do que dano. Seguimos para almoçar na estrada antes de Urubici em um posto de estrada chamado Janaina II . Não posso deixar de registrar que o lanche estava ótimo e a hospitalidade do estado já começava. Me ajudaram com suprimentos para remendar o pisca e seguir viagem mais tranquilo.
|
Serra do Corvo Branco |
Chegamos em Urubici ainda de dia e achamos um hotel com calefação para ficar na avenida principal da cidade.O Urubici Park Hotel. Urubici tem apenas 1 semáforo e com temporizador! A cidade possui casinhas bem cuidadas todas com florzinhas e grama bem aparada. O capricho dos moradores é também evidenciado na população rural que usa muito as casas de madeira pintadas com cores sintilantes e janelas de borda escura da mesma cor da casa. Tudo em um visual bucólico junto com as características Araucárias presente em todas as direções. Estradas bem sinalizadas e certo "déja vu" europeu. As motos pareciam ser os únicos veículos na cidade. Era apenas uma impressão porque até trator rodava por ali. A sensação de liberdade que as duas rodas nos davam fazia mais sentido naquela cidade.
Conhecemos no mesmo dia a igreja mais proeminente da cidade pela arquitetura majestosa e vitrais retratando a sua origem templária. Meu colega Fabio conseguiu comprar outra capa de chuva que havia sido avariada na viagem e obtivemos informações turísticas por todos os lados. A começar do hotel que deixava ligado na internet câmeras ao vivo de pontos turísticos. A cidade é pequena mas atende bem o turismo local pelo suporte e pelas opções de passeios.
|
Serra do Corvo Branco |
Logo cedo iniciamos pela Serra do Corvo Branco . Ou pelo menos fomos ao seu auge. Na garganta que fica no cume da estrada de terra. Um lugar asfaltado onde a montanha de pedra foi aberta para passar uma estrada , segundo informações do pessoal do hotel, iniciada na mão com talhadeira. A formação rochosa de 160 milhões de anos esta sob o aquífero Guarani . Além da altitude do local, a garganta tem mais de 90 metros de altura e canaliza um vento intenso . Tivemos muito cuidado com as capas de câmera e qualquer outro objeto leve pois ali o vento leva mesmo. Como a montanha de rocha foi partida ao meio para passar a estrada, um lado dela brota água constantemente que puxa do reservatório, antes guardado pelo isolamento de água da pedra basalto. Como primeiro passeio de Urubici foi emocionante. A sensação na chegada é contagiante junto ao vento forte é de tirar o fôlego em todos os sentidos. A estrada segue até o litoral em trechos de terra e muitos passam por ali de carro. É o caminho mais curto até a cidade de Tubarão. Quem nos cercava eram bovinos curiosos que subiram para nos vigiar ou bisbilhotar. A serra é chamada de Corvo Branco por conta do urubu rei de plumagem branca erroneamente chamado de corvo.
Saindo do Corvo Branco seguimos para o Morro da igreja . Uma hora antes visualizamos as câmeras ao vivo pela internet e havia bom tempo. Subimos os 1000 metros e nos deparamos com a situação de nevoeiro intenso com dificuldade de enxergar as motos na pista. Como nos foi avisado , tudo muda muito rápido pela altitude. Coloquei a capa porque me senti dentro da nuvem de chuva . O vento é tão intenso e que até as motos estacionadas balançavam ao ponto de dar medo de tombar. Não conseguimos ver a pedra furada , nem o visual daquela altitude. Nem mesmo as torres do SINDACTA da Aeronáutica se avistava. Mesmo tão próximo dentro da área militar da Aeronáutica. A antena lá colocada foi especial para o local , pois a primeira saiu voando , a segunda muito bem chumbada entortou e até que buscaram tecnologia francesa para algo que não abaulasse com o vento. Fiquei na curiosidade de ver a tal antena. A nossa aventura foi sem visual mas com emoção pelas rajadas de vento daquela altitude e a sensação ambígua de paraíso perigoso.
Voltamos a Urubici e antes de irmos a outros passeios reparamos pela camera da internet a Serra do Rio do rastro com tempo limpo. Adiantamos nosso cronograma e partimos para Bom Jardim da Serra. Aliás uma viagem de 60 km muito proveitosa . No caminho visitamos o mirante da cidade de Urubici, as inscrições rupestres que ficam a beira da estrada e ainda a Cascata do Avencal. Uma imagem paradisíaca estilo ilha da fantasia. Foi um deleite em duas rodas . Paisagens , céu azul e pasto verde. Tudo nos pareceu muito bonito e preparado para nossa chegada. Em Bom Jardim da Serra , fomos direto para o Mirante do Rio do Rastro.
A chegada em Bom Jardim , bem próximo ao mirante é possível avistar as helices de captação de energia heólica. São alguns imensos "ventiladores" que giram com a ajuda do vento e participam da paisagem como se fosse elegantes moinhos modernos.
O Mirante da Serra do Rio do Rastro tem uma estrutura própria. Lojas e lanchonete , inclusive adega de vinhos produzidos naquela altitude , 1450 metros. Ao chegar fomos recebidos por outros motociclistas e trocamos informações de rotas. O visual é mais do que se espera das fotografias podendo acompanhar o trânsito de caminhões e carros pela serra que não é pouco. A cada curva de 180 graus a prioridade deve ser dada aos veículos de maior comprimento pois ele invade a outra pista. As confusões de carros desavisados atrapalhando as curvas de caminhões, é possível ouvir as buzinas e roncos lá de cima. A Serra tem esse nome pois um rio passa por baixo da estrada e descendo pode ser visto pequenas cascatas acompanhando a encosta e em alguns trechos a água invade a pista brotando das emendas da metade do asfalto. A estrada tem longo trecho que fica iluminado de noite. E a sua utilização é grande pois o asfalto é bom , só é uma estrada estreita. Pudemos observar descendo , de um lado a vista maravilhosa e deslumbrante do verde da mata , outra cachoeira do outro lado da serra. O início da descida é o mais impressionante pelas curvas e o declive. Por isso fizeram alguns mirantes para apreciação do visual. Algumas curvas as rochas tem marcas de caminhões que raspam a carroceria pois é impressionante a maneira como conseguem passar juntos pela pista de dupla mão. A necessidade de manobra pode acontecer. Para motos a única preocupação seria a água e o nevoeiro, quando ocorre. Lugar bonito e interessante. Além de ser turístico é muito útil para a região ligando a montanha ao litoral.
Descemos e subimos a serra , paramos na lanchonete do mirante e esperamos a noitinha. As 20:00hs descemos novamente para entender aquela estrada tão famosa e a sua iluminação noturna. Posso dizer que é fácil . A dificuldade é encontra-la com nevoeiro. Coisa que parece ser normal para a região. Perigosa mesmo é quando ela congela na época do frio intenso. Isto , claro , deve ser evitada mesmo de quatro rodas. O tempo ajudou muito e tivemos visibilidade o dia todo em Bom Jardim. Seguimos de noite pelo Rio do Rastro quase que fugindo de uma tempestade que se aproximava. Ventos forte novamente tentavam nos impressionar naquele passeio noturno que seria nosso adeus à Serra. Descemos até Lauro Muller e a tempestade se aproximava levantando poeira. Só conseguimos hotel melhor em Orleans. Chegamos junto com as trovoadas mas secos.
|
Serra do Rio do Rastro |
No quarto dia seguimos com destino aos golfinhos da cidade de Laguna. Logo na ponta da praia de água parada. Chegamos com chuva fraca mas não nos impediu de ver a pesca da tainha junto com os golfinhos. Paramos as motos em frente e os pescadores jogavam redes aonde os chamados botos beliscavam a refeição. Uma visão de gaivotas e pescadores se orientando pelos botos na pesca da tainha. Avistávamos o farol que é um ponto turístico , indo de balsa e ao mesmo tempo avistávamos a mansietude dos botos . Coincidentemente encontramos com o pessoal que organiza o Laguna motofest conhecendo o local da festa de motos ano que vem. Será no estacionamento em frente a água parada onde estávamos. Até alguns cães nos recepcionaram. Exímios caçadores de siri como vimos no local. Estes mesmos cães que brincavam por ali com siris e gaivotas , perseguiam os carros também. E como uma última saudação ao ir embora, nos deixaram passar com as motos, sentados sem perseguição de rodas. Um lugar que nos impressionou pela facilidade de participar da natureza local. Seguimos viagem até Garopaba pois o dia passava.
|
Cães da praia em Laguna |
Em Garopaba fomos até a Praia do Rosa , muito conhecida. Restaurantes e gente bonita. Estivemos um tempo no mirante do restaurante para ver Baleias mas o ideal é saber em que praias elas foram vista naquele dia. É possivel ter esta informação pelas redes sociais assim chegar cedo para procura-las que vem para a região para usar de maternidade.
No mesmo dia chegamos em Pomerode . Ali experimentamos a cerveja produzida na região , aproveitando o visual Germânico. Na manhã seguinte seguimos para São Bento do Sul . Uma cidadezinha de altitude e muitos mirantes . Prejudicados pelo nevoeiro , pode ser necessário o bom tempo para curtir mais. Ali procurávamos a Serra dona Francisca . Conhecemos um restaurante de fogão a lenha típico e charmoso depois seguimos pela serra. Descemos com chuva mas gostamos muito. Suas curvas e o visual do mirante. A vegetação é intensa. A dica para quem quer conhecer sem alterar muito a sua rota é subir a serra até o mirante e descer. Indo para o Sul pela 101, antes de Joinville é possivel ver as placas de indicação.
Rumo a Eldorado. Partimos dali para São Paulo com destino a caverna do Diabo. Dormimos em Jacupiranga mas não tenho boas referências. A estrada para a cidade Eldorado é cheia de buracos , os hoteis da região não achamos nenhum bom e a comida também não nos impressionou. Sentíamos a diferença ou a saudade de Santa Catarina. Visitamos a caverna do Diabo que é muito bem controlada pela visitação assistida por guias. A entrada custa R$20,00 e só aceitam dinheiro. A caverna esta toda iluminada por dentro e com construções de escadarias para facilitar o caminho. É imensa !
Voltamos à São Paulo pela temida Serra do cafezal e mesmo congestionada , nossas motos foram úteis em contornar a situação.
Recomendo o passeio a Urubici , planejando ou não, é agradável pela atenção do catarinense ao turista e as belas paisagens que estimulam o motociclista a gostar cada vez mais das estradas !
|
Porthal Rastro da Serpente |
|
Apiaí |
|
Bom Retiro |
|
Serra do Corvo Branco |
|
São Bento do Sul |
|
Igreja de Urubici |
|
Serra do Corvo Branco |
|
Cascata do Avencal |
|
Portal de Urubici |
|
Serra do Rio do Rastro |
|
Igreja de Urubici na rua principal |
|
Cascata do Avencal |
|
Serra do Rio do Rastro |
|
Serra do Rio do Rastro |
|
Vista do Mirante da Serra do Rio do Rastro |
|
Água parada em Laguna |
|
Água parada em Laguna |
|
Inscrições rupestres em Urubici |
|
Serra do Rio do Rastro |
|
Portal de Pomerode |
|
Mirante Serra Dona Francisca |
|
Caverna do Diabo |
Tuks restaurante
R. Dr. Gabriel Ribeiro dos Santos, 493 - Jardim Zizi
Apiaí
(15) 3552-2568
Urubici Park Hotel
Av. Adolfo Konder, 2278
Nenhum comentário:
Postar um comentário